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R I O   D E   J A N E I R O 

Ah, o riso fácil.

A ginga na fala e na vida.

O atrito e a cerveja se encontrando na mesma esquina.

Teu leque de lók não é pequeno. 

Abriga de tudo, do bruto ao sereno.

Do mar azul ao fuzil apontado.

Corre menos que a tal da Garoa, mas voa em direção ao que grita.

Vai entender.

Rio, teu quadril é solto.

Desparafusado pelo samba ou pelo Estado.

Teu sol é tenso e o que posso falar?

Intensos é como chamo os que vieram do teu ventre.

Desde que me conheço por gente como a gente, vejo lama e água disputando espaço no mesmo abraço.

Quanta figurinha carimbada.

E, digo mais, tão bem vestido esse lugar de meu Deus.

É como dizem por aí: ‘Rio, que cenário maravilhoso para uma cidade.’

Meu ombro preto, vermelho ou branco agradece teu verão, seu de Janeiro.

Faço prece que cumpra tuas promessas de maravilhas. 

Faço mandinga ainda que me expulsem do morro.

Corro para que o feijão não queime e a esperança não seque.

De calçadas diminutas e no aumentativo.

Do sacolé ao colé que é, cumpadi.

A verdade é que vivo sua ressaca, Rio; mais de Fevereiro, mas ainda de Janeiro.

Veraneio sem volta no seu caos abençoado.

Emoldurado tipo exportação.

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Fábio Chap

C o p y r i g h t   ©   J o n a s   T u c c i   -   2 0 2 4 

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