STREET SHOT - MIS - SP - 2013
"O artista preza pelo estudo de seus personagens aponto de até persegui-los na rua, o que gera certo estranhamento que, para ele é considerado como um estudo de conflitos interpessoais.
Jonas Tucci colabora no mercado editorial com seus ensaios e retratos de celebridades e apresenta o projeto Street shot no qual documenta indivíduos e situações de perto."
Coleção do Acervo
MIS Museu da Imagem e do Som São Paulo-SP
Jonas Tucci studies deeply his characters by chasing them down the streets; which creates some strangeness that, according to him, may be considered an interesting interpersonal conflict study. The artist works in the publishing of his essays, celebrities portraits, and also presents the “Street Shot Project”, in which passers-by and situations are documented very closely."
Collection of
MIS Museum of Image and Sound, Sao Paulo-SP-Brasil
Onde está o fotógrafo? Quem ele vê? Você o vê? Atenção! Chegamos ao futuro high tech no qual todos se observam e vigiam-se mutuamente. Nasce a obsessão de captar e compartilhar imagens, não mais pela câmera fotográfica, solene e invasiva, mas pelo celular, quase invisível. A cada segundo, uma mixórdia global de instantâneos invade a internet, revelando o cotidiano, a intimidade e a banalidade de amigos ou estranhos. A aldeia digital materializou-se. O mundo novo chegou – admirável para uns, nem tanto para outros –, e deixa claro que privacidade é coisa do passado. A fotografia ganhou as ruas, com a velocidade e o poder combustível de um rastilho de pólvora.
E então surge o Jonas Tucci. Lá vem ele pela rua. É ele o fotógrafo? Não duvide. Ele quer chegar mais perto de você. Surpreendê-lo. Irá persegui-lo, se preciso for. O que deseja é simples: que você o veja fotografá-lo. Olho no olho. E que tudo seja rápido, sem tempo para dissimulações. Clique. Pronto. Já era. Você está nu.
Jonas subverteu a nova ordem. Em vez de ocultar-se para flagrar os transeuntes urbanos que lhe interessam, decidiu retratá-los com o ímpeto de um ladrão de imagens. Sua fotografia contém expressões de assombro.
Como observou o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, diante da popularização do interesse pela fotografia em meados do século 19, “a verdade é uma armadilha: não há como capturá-la sem ser por ela capturado”. A verdade atual é uma infinitude de imagens vãs esvaindo-se no universo virtual. A verdade de Jonas é a explosão de sentimentos interpessoais de cada rosto perdido na multidão. Nossa cara de espanto, de medo, de escárnio, de revolta. Ei, eu estou aqui! Isso é um tipo de assalto! Olhe para mim! Quero ver quem você é!
Ronaldo Ribeiro
Editor
Revista National Geographic Brasil